A alegria em pessoa

Ela é daquele tipo de garota que não liga muito para a opinião alheia. Se tiver que dançar no meio da rua, ela dança. Se tiver que cantar bem alto no meio da rua, ela canta. Se tiver que separar uma briga de desconhecidos no meio da rua, ela separa. Se tiver que aconselhar uma pessoa que está chorando no meio da rua, ela aconselha e conversa.

Ela é rodeada de amigos. Sempre que é vista está sorrindo de orelha a orelha, e é um sorriso bonito e bom de ver. Você fica mais alegre quando se está conversando com ela. Não sei o que ela tem ou o que ela faz pra conseguir ser assim, é raro ver pessoas assim no mundo, ela é uma pessoa rara de se encontrar. Com ela, qualquer dia fica divertido. 
De tanto observar ela, cheguei a conclusão de que o jeito dela era impossível de existir. Impossível uma pessoa ser assim e conseguir transmitir isso para quem olha. Com essa conclusão, tive que para-la no meio da rua outra vez para perguntar.
– Você é real? 
– Sim, sou. – ela disse e riu.
– Você nunca teve uma decepção na sua vida? 
– Sim, já tive muitas.
– Você já teve seu coração quebrado alguma vez?
– Sim. Nossa, muitas vezes.
– Então, como você sorri mesmo assim?
– Ah, são coisas passageiras que a gente é obrigado a passar em nossas vidas para aprender alguma lição. 
– Impossível você viver feliz sempre. Ah, já sei! Você é daquelas que está sempre sorrindo, mas sempre ao deitar, chora e molha todo o seu travesseiro com lagrimas.
– Claro que não. Da onde você tirou essa ideia maluca?
– Por que você está sempre sorrindo se já teve decepções e tristezas? 
– Porque estou viva. Todos os dias em que a tristeza ousa aparecer, luto contra ela me lembrando dos momentos felizes e me lembrando também de que estou viva e pronta para mais um dia.

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